História 3ºA
12/05/20
Prof:
Adilson
Nome do Aluno
Partilha da
África
A Partilha da África é o nome pelo qual ficou
conhecida a divisão do continente africano durante o século XIX e que finalizou
com a Conferência de Berlim (1884-1885).
Com o crescimento econômico de Inglaterra, França, Reino da Itália e
Império Alemão, esses países quiseram avançar sobre a África em busca de
matérias-primas para suas indústrias.
Como ocorreu?
Países como Portugal já se encontravam no continente desde o século XVI.
Utilizavam a África como fornecedor de mão de obra escrava, num comércio
lucrativo em que participavam Inglaterra, Espanha, França e Dinamarca.
A expansão europeia para o continente africano, no século XIX, foi
justificada para a opinião pública como a necessidade de “civilizar” este
território.
No século XIX, existia a crença na superioridade de raças e de
civilizações. Teorias como o Positivismo, de Auguste Comte e o Darwinismo Social, corroboravam esta ideia.
Assim, era necessário fazer com o que os africanos “atrasados”, segundo
os moldes europeus, fossem civilizados.
As notícias do continente africano chegavam à Europa através de relatos
de expedições que tinham diferentes finalidades:
·
Expedições científicas: mapear o terreno,
medir o potencial geográfico e botânico, e detalhar as muitas etnias que
habitavam o continente.
·
Expedições comerciais: conhecer a
matéria-prima local e avaliar as possibilidades de exploração.
·
Expedições religiosas: acabar com o
politeísmo, com a antropofagia e instaurar o cristianismo.
Assim, percebemos
que foram aspectos econômicos, religiosos e culturais influenciaram no desejo
pela posse do território.
Para o europeu, era preciso "salvar" o africano da selvageria,
do atraso e das práticas que eram tidas como condenáveis no Velho Mundo. Esse
tipo de comportamento imperialista embasou o mito do "fardo do homem
branco" e a eugenia.
Resumo
Simultaneamente, os territórios foram sendo invadidos pelas nações
europeias de maneira gradativa. Veja abaixo como foi a ocupação da África pelas
potências europeias:
Portugal
Após a independência do Brasil, Portugal conseguiu manter suas
possessões africanas como Angola, Cabo Verde, Guiné e Moçambique.
O país terá problemas com a Bélgica, Inglaterra e Alemanha que desejavam
expandir seus territórios na África, sobre os territórios portugueses.
Espanha
A Espanha ocupou as ilhas Canárias, Ceuta, Saara Ocidental e Melila.
Para abastecer suas colônias caribenhas de escravos, contava com o comércio
feito pelos portugueses, franceses e dinamarqueses. Mais tarde, o país
invadiria a Guiné Equatorial (1778).
Bélgica
O rei Leopoldo II da Bélgica, estabeleceu a Associação Internacional da
África, em 1876. Dita organização tinha como objetivo explorar o território
correspondente ao Congo que se tornaria sua propriedade pessoal.
O país também ocupa Ruanda e ali instaura um sistema de divisão étnica,
entre hutus e tútsis que terá consequências desastrosas no futuro no Genocídio
em Ruanda (1994).
Inglaterra
O Reino Unido era a maior potência econômica do século XIX devido
a Revolução Industrial. No entanto,
precisava de mais matérias-primas baratas para manter o ritmo do seu
crescimento.
A Inglaterra foi ocupando territórios como os atuais Nigéria, Egito,
África do Sul. Tal era a certeza de superioridade inglesa que alimentava-se a
ideia de construir uma ferrovia ligando o Cairo e a Cidade do Cabo.
Para isso, o país
invade áreas entre esses território como o Quênia, Sudão, Zimbábue e vai entrar
em conflito com praticamente todos os outros países europeus com o intuito de
manter ou expandir suas possessões.
França
A França ocupou o território do Senegal, em 1624, a fim de garantir o
fornecimento de escravos para suas colônias no Caribe.
Ao longo do século XVIII, seus navegadores ocuparam várias ilhas no
Oceano Índico como Madagascar, Maurício, Comores e Reunião.
No entanto, foi no século XIX que conseguiu, entre 1819 e 1890, acertar
344 tratados com chefes africanos. Assim ocuparam a Argélia, Tunísia, Marrocos,
Chade, Mali, Togo, Benin, Sudão, Costa do Marfim, República Centro Africana,
Djibuti, Burkina Faso e Níger.
Além de enfrentar os habitantes que não aceitavam a invasão, os
franceses travaram várias guerras contra os alemães, pois estes queriam tomar
suas possessões.
Holanda
A ocupação holandesa começou na atual Gana, chamada de Costa do Ouro Neerlandesa.
Ali, permaneceram até 1871 quando venderam a possessão aos ingleses.
Através de investidores privados, os holandeses começaram a explorar o
Congo em 1857.
No entanto, foi na África do Sul, que os holandeses permaneceram mais tempo. Ali, eles tinham
estabelecido um posto de abastecimento na atual Cidade do Cabo, em 1652.
Quando o território foi conquistado pelos ingleses, os holandeses foram
expulsos em 1805, mas ainda ficaram na África do Sul e entrariam em vários
conflitos com os ingleses, como a Guerra dos Bôers (1880-1881/1899-1902).
Itália
Depois da Unificação Italiana, a Itália parte para conquistar o
mundo. No entanto, sem um exército poderoso, o país ocupa os territórios da
Eriteia, parte da Somália e a Líbia.
Tenta conquistar o
reino da Etiópia, mas este foi ajudado por França e Rússia. Somente o fará na
década de 1930 sob comando de Benito Mussolini.
Alemanha
A Alemanha queria garantir seu quinhão de mercados na África. Após
a Unificação Alemã, em 1870, qualquer decisão europeia
tinha que passar pelo poderoso chanceler Bismarck.
Como já havia muitos litígios por fronteiras entre as potências
europeias, Bismarck convida os representantes das principais potências
coloniais para discutir os rumos da ocupação africana.
Este evento seria conhecido como a Conferência de Berlim. A Alemanha
ocupou os territórios correspondentes a Tanzânia, Namíbia e Camarões.
Conferência de Berlim
A fim de evitar guerras entre as potências europeias pelos territórios
africanos, o chanceler Otto Von Bismarck convocou uma reunião com os
representantes dos países europeus que tinham possessões na África. Nenhum
mandatário africano foi convidado.
A Conferência de Berlim (1884-1885)
consistiu num acordo que tinha como objetivo reconhecer as fronteiras dos
territórios já ocupados e estabelecer as regras sobre as futuras ocupações no
continente africano.
Entre as suas diretrizes estava a necessidade de uma nação comunicar a
outra quando tomava posse de um território. Também era preciso provar que tinha
condições de administrá-lo.
Consequências
Antes da Partilha da África, os reinos africanos estavam dentro de
fronteiras naturais definidas de acordo com os grupos étnicos que compunham
estes reinos.
Os estados africanos foram traçados por fronteiras artificiais segundo a
vontade do colonizador europeu. Deste modo, etnias inimigas tiveram que
conviver dentro do mesmo território causando sangrentas guerras civis.
A ocupação europeia
provocou resistência e insurreições de nações que foram massacradas no decorrer
do século XX.
Igualmente, através da visão europeia, se espalhou o mito que os
africanos são amaldiçoados por não aceitarem o cristianismo e por isso não são
capazes de prosperar.
Atualmente, o continente africano é o mais pobre do mundo e ainda há
forte pressão sobre as riquezas naturais da África, como petróleo, ouro,
fosfato e diamantes.
https://www.youtube.com/watch?v=gY6Ympa6WI4
https://www.youtube.com/watch?v=gY6Ympa6WI4
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Exercícios
Estas questões estão na vídeo aula do
Centro de Mídias do dia 08/05/20 . Acesse no site acima para poder responde-las
1- Qual é a relação que podemos estabelecer entre a
Conferência de Berlim e as mudanças no Continente
Africano?
2- O que se pode perceber observando os mapas?
3- O mapa fixou fronteiras artificiais, o que isso
significa?
4- Observe a imagem
a) Quais características do Imperialismo e Neocolonialismo europeu podemos identificar nessa
imagem?
Obs:
Enviar as atividades pelo whatsapp 992005878 ou pelo Email; adilsonmoreira@prof.educacao.sp.gov.br
entregar dia 22/0520.
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