sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Ditadura Militar

 História 4 Bimestre


Prof.: Adilson


Nome do aluno no.... Série 3°anoA Correspondente a 2 aulas


Objetivos da aula: Apresentar as principais características das ditaduras cívico-

militares na América Latina, incluindo o Brasil, relacionando-as com o contexto


da Guerra Fria


Habilidades do currículo paulista: Estabelecer as relações entre Guerra Fria e os golpes


militares na América Latina


Procedimento: ler e analisar o texto: Ditaduras militares na América Latina, assistir a


vídeo aula do Centro de Mídias:


https://www.youtube.com/watch?v=SwVcO3FHXJY&pbjreload=101


como complemento e responder as questões.


Entregar via WhatsApp; 992005878; ou pelo EMAIL


adilsonmoreira@prof.educacao.sp.gov.br ou pelo Google Classroom


Texto: As ditaduras Militares na América Latina

As ditaduras na América Latina se estabeleceram no período em que a ordem

internacional sofria pelos enfrentamentos da Guerra Fria. Na época, os Estados

Unidos desenvolveram uma série de mecanismos de combate ao expansionismo

comunista. Já nos anos 1950, fora estabelecida pelas autoridades do país a Doutrina de

Segurança Nacional, cujas diretrizes procuravam combater o “perigo vermelho” dentro

e fora do território norte-americano.


Neste contexto, e notadamente a partir da Revolução Cubana e da ascensão do governo

comunista de Fidel Castro, os EUA viriam a intensificar a vigilância sobre a América

Latina. Tal preocupação originou, por exemplo, a Aliança para o Progresso, programa

instituído por Washington conjuntamente a diversas lideranças latino-americanas,

através do qual buscava-se melhorar os índices socioeconômicos da região e,

concomitantemente, frear o crescimento das alternativas socialistas.


Envelope em homenagem à Aliança para


o Progresso (Foto: Divulgação)

No entanto, a despeito de tais esforços, grupos de esquerda e simpatizantes da causa

comunista floresceram em diversas nações do continente. Frente a isso, e não raramente

com auxílio estadunidense, forças conservadoras se mobilizaram nessas regiões e,

atendendo a demanda de diversos setores da sociedade civil, apoiaram a instituição de

governos militares. Através de golpes de Estado sucessivos, a América Latina assistiu

nos anos 60 e 70 a ascensão de inúmeras ditaduras militares.

OPERAÇÃO CONDOR


Marcha da família com Deus pela liberdade - Brasil (Foto: Reprodução)

Se por um lado são evidentes as relações entre tais golpes militares e os interesses do

capitalismo norte-americano, por outro é igualmente inegável o apoio despejado por boa


parte da população latino-americana à chegada ao poder desses governos. Acreditava-se

que somente através de administrações fortes, comandadas pelo ímpeto dos militares,

estaria garantida a urgente defesa contra a ameaça comunista.

Neste sentido, podemos verificar um espantoso número de movimentos civis que se

proliferaram em favor das intervenções militares em boa parte do continente. Muitos

desses foram arquitetados por setores da classe média, do empresariado nacional, das

oligarquias locais e até mesmo da Igreja Católica, temerosos que o exemplo de Cuba

viesse a se espalhar por nações vizinhas.

Operação Condor e repressão


General Pinochet no Chile (Foto:


Reprodução)

Os governos militares latino-americanos mantinham entre si uma poderosa rede de

comunicação, onde os contatos eram tecidos com o objetivo de expurgar todo tipo de

oposição. É justamente nesses termos que podemos localizar a criação da Operação

Condor, uma aliança instituída por tais regimes com a intenção de perseguir

esquerdistas, antipatriotas e subversivos nos países do Cone Sul, independente da

nacionalidade do “criminoso”.

Contra esses “inimigos da ordem”, as ditaduras se utilizavam de tantos outros

expedientes. A repressão fora instituída nas suas mais diversas facetas, sendo a censura

aos meios de imprensa oficializada e a tortura legitimada juridicamente. Exílios, prisões

e desaparecimentos de perseguidos políticos também se fizeram cotidianos em países

como Chile, Uruguai, Argentina, Bolívia e Brasil.

Crescimento e crise

A grande popularidade obtida por alguns desses governos esteve relacionada ao relativo

crescimento econômico que alcançaram em determinados períodos. Vinculadas ao

grande capital internacional, destacadamente às diretrizes norte-americanas, as ditaduras

latino-americanas obtiveram os investimentos necessários ao fortalecimento de suas

economias. Assim, a pujança financeira parecia legitimar os autoritarismos estatais.

No entanto, a inserção desses países na ordem neoliberal não garantiu necessariamente a

melhoria dos índices sociais, notadamente daqueles referentes aos grupos menos

abastados. Ao contrário, o Estado cada vez mais se distanciou da tarefa de garantir os

mínimos parâmetros sociais, subjugando as parcelas mais humildes desses países.

Em fins dos anos 70, com a inflamação dos movimentos de oposição, essas ditaduras

começaram a dar os primeiros sinais mais evidentes de fragilidade. Internacionalmente,

havia igualmente um cenário favorável à redemocratização das instituições políticas.

Nos EUA, com a derrota do país na Guerra do Vietnã e ascensão do governo Jimmy

Carter, cresceu a pressão por um posicionamento mais claramente contrário às

experiências autoritárias na América Latina. A própria Igreja Católica, em muitos casos


entusiasta dos golpes militares, passara a criticar de modo mais veemente os abusos

cometidos por tais governos.

COMISSÕES DA VERDADE

As ditaduras latino-americanas tiveram fins distintos. Em alguns países, como na

Argentina e Chile, tais experiências foram tratadas como Terrorismo de Estado, sendo

muitos dos seus responsáveis punidos pela sociedade civil. Já em outros casos, como no

Brasil, os autores das violências e autoritarismos cometidos foram anistiados por

dispositivos legais, muitos dos quais criados pelos próprios governos militares (como a

brasileira Lei da Anistia).

Posteriormente, as Comissões da Verdade cumpriram o importante papel de investigar o

passado e denunciar os horrores cometidos pelas ditaduras. Buscaram igualmente

elucidar a contemporaneidade acerca das condições históricas que possibilitaram tais

experiências. No Brasil, a Comissão Nacional da Verdade só veio a ser criada em 2012

com o objetivo de investigar as violações cometidas contra os Direitos Humanos no

período de 1946 a 1988.


Estabelecimento da Comissão Nacional da Verdade (Foto: Divulgação)

QUESTÕES

(Fuvest 2009) Existem semelhanças entre as ditaduras militares brasileira (1964-1985),

argentina (1976-1983), uruguaia (1973-1985) e chilena (1973-1990).

Todas elas:

a) receberam amplo apoio internacional tanto dos Estados Unidos quanto da Europa

Ocidental.

b) combateram um inimigo comum, os grupos esquerdistas, recorrendo a métodos

violentos.

c) tiveram forte sustentação social interna, especialmente dos partidos políticos

organizados.

d) apoiaram-se em ideias populistas para justificar a manutenção da ordem.

e) defenderam programas econômicos nacionalistas, promovendo o desenvolvimento

industrial de seus países.

Bons Estudos

Nenhum comentário:

Postar um comentário