História 4 Bimestre
Prof.: Adilson
Nome do aluno no.... Série 3°anoA Correspondente a 2 aulas
Objetivos da aula: Apresentar as principais características das ditaduras cívico-
militares na América Latina, incluindo o Brasil, relacionando-as com o contexto
da Guerra Fria
Habilidades do currículo paulista: Estabelecer as relações entre Guerra Fria e os golpes
militares na América Latina
Procedimento: ler e analisar o texto: Ditaduras militares na América Latina, assistir a
vídeo aula do Centro de Mídias:
https://www.youtube.com/watch?v=SwVcO3FHXJY&pbjreload=101
como complemento e responder as questões.
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Texto: As ditaduras Militares na América Latina
As ditaduras na América Latina se estabeleceram no período em que a ordem
internacional sofria pelos enfrentamentos da Guerra Fria. Na época, os Estados
Unidos desenvolveram uma série de mecanismos de combate ao expansionismo
comunista. Já nos anos 1950, fora estabelecida pelas autoridades do país a Doutrina de
Segurança Nacional, cujas diretrizes procuravam combater o “perigo vermelho” dentro
e fora do território norte-americano.
Neste contexto, e notadamente a partir da Revolução Cubana e da ascensão do governo
comunista de Fidel Castro, os EUA viriam a intensificar a vigilância sobre a América
Latina. Tal preocupação originou, por exemplo, a Aliança para o Progresso, programa
instituído por Washington conjuntamente a diversas lideranças latino-americanas,
através do qual buscava-se melhorar os índices socioeconômicos da região e,
concomitantemente, frear o crescimento das alternativas socialistas.
Envelope em homenagem à Aliança para
o Progresso (Foto: Divulgação)
No entanto, a despeito de tais esforços, grupos de esquerda e simpatizantes da causa
comunista floresceram em diversas nações do continente. Frente a isso, e não raramente
com auxílio estadunidense, forças conservadoras se mobilizaram nessas regiões e,
atendendo a demanda de diversos setores da sociedade civil, apoiaram a instituição de
governos militares. Através de golpes de Estado sucessivos, a América Latina assistiu
nos anos 60 e 70 a ascensão de inúmeras ditaduras militares.
OPERAÇÃO CONDOR
Marcha da família com Deus pela liberdade - Brasil (Foto: Reprodução)
Se por um lado são evidentes as relações entre tais golpes militares e os interesses do
capitalismo norte-americano, por outro é igualmente inegável o apoio despejado por boa
parte da população latino-americana à chegada ao poder desses governos. Acreditava-se
que somente através de administrações fortes, comandadas pelo ímpeto dos militares,
estaria garantida a urgente defesa contra a ameaça comunista.
Neste sentido, podemos verificar um espantoso número de movimentos civis que se
proliferaram em favor das intervenções militares em boa parte do continente. Muitos
desses foram arquitetados por setores da classe média, do empresariado nacional, das
oligarquias locais e até mesmo da Igreja Católica, temerosos que o exemplo de Cuba
viesse a se espalhar por nações vizinhas.
Operação Condor e repressão
General Pinochet no Chile (Foto:
Reprodução)
Os governos militares latino-americanos mantinham entre si uma poderosa rede de
comunicação, onde os contatos eram tecidos com o objetivo de expurgar todo tipo de
oposição. É justamente nesses termos que podemos localizar a criação da Operação
Condor, uma aliança instituída por tais regimes com a intenção de perseguir
esquerdistas, antipatriotas e subversivos nos países do Cone Sul, independente da
nacionalidade do “criminoso”.
Contra esses “inimigos da ordem”, as ditaduras se utilizavam de tantos outros
expedientes. A repressão fora instituída nas suas mais diversas facetas, sendo a censura
aos meios de imprensa oficializada e a tortura legitimada juridicamente. Exílios, prisões
e desaparecimentos de perseguidos políticos também se fizeram cotidianos em países
como Chile, Uruguai, Argentina, Bolívia e Brasil.
Crescimento e crise
A grande popularidade obtida por alguns desses governos esteve relacionada ao relativo
crescimento econômico que alcançaram em determinados períodos. Vinculadas ao
grande capital internacional, destacadamente às diretrizes norte-americanas, as ditaduras
latino-americanas obtiveram os investimentos necessários ao fortalecimento de suas
economias. Assim, a pujança financeira parecia legitimar os autoritarismos estatais.
No entanto, a inserção desses países na ordem neoliberal não garantiu necessariamente a
melhoria dos índices sociais, notadamente daqueles referentes aos grupos menos
abastados. Ao contrário, o Estado cada vez mais se distanciou da tarefa de garantir os
mínimos parâmetros sociais, subjugando as parcelas mais humildes desses países.
Em fins dos anos 70, com a inflamação dos movimentos de oposição, essas ditaduras
começaram a dar os primeiros sinais mais evidentes de fragilidade. Internacionalmente,
havia igualmente um cenário favorável à redemocratização das instituições políticas.
Nos EUA, com a derrota do país na Guerra do Vietnã e ascensão do governo Jimmy
Carter, cresceu a pressão por um posicionamento mais claramente contrário às
experiências autoritárias na América Latina. A própria Igreja Católica, em muitos casos
entusiasta dos golpes militares, passara a criticar de modo mais veemente os abusos
cometidos por tais governos.
COMISSÕES DA VERDADE
As ditaduras latino-americanas tiveram fins distintos. Em alguns países, como na
Argentina e Chile, tais experiências foram tratadas como Terrorismo de Estado, sendo
muitos dos seus responsáveis punidos pela sociedade civil. Já em outros casos, como no
Brasil, os autores das violências e autoritarismos cometidos foram anistiados por
dispositivos legais, muitos dos quais criados pelos próprios governos militares (como a
brasileira Lei da Anistia).
Posteriormente, as Comissões da Verdade cumpriram o importante papel de investigar o
passado e denunciar os horrores cometidos pelas ditaduras. Buscaram igualmente
elucidar a contemporaneidade acerca das condições históricas que possibilitaram tais
experiências. No Brasil, a Comissão Nacional da Verdade só veio a ser criada em 2012
com o objetivo de investigar as violações cometidas contra os Direitos Humanos no
período de 1946 a 1988.
Estabelecimento da Comissão Nacional da Verdade (Foto: Divulgação)
QUESTÕES
(Fuvest 2009) Existem semelhanças entre as ditaduras militares brasileira (1964-1985),
argentina (1976-1983), uruguaia (1973-1985) e chilena (1973-1990).
Todas elas:
a) receberam amplo apoio internacional tanto dos Estados Unidos quanto da Europa
Ocidental.
b) combateram um inimigo comum, os grupos esquerdistas, recorrendo a métodos
violentos.
c) tiveram forte sustentação social interna, especialmente dos partidos políticos
organizados.
d) apoiaram-se em ideias populistas para justificar a manutenção da ordem.
e) defenderam programas econômicos nacionalistas, promovendo o desenvolvimento
industrial de seus países.
Bons Estudos
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