quinta-feira, 19 de novembro de 2020

História- Professor Adilson

 História 4o Bimestre Prof.: Adilson

Nome do aluno no.... Série ano... Correspondente a 2 aulas

Objetivos da aula: Tema transversal: Dia da Consciência Negra

Habilidade: Identificar os significados históricos das relações de poder entre as nações

e as civilizações ao longo da história

Procedimento: ler e analisar o texto: Escravidão na Antiguidade e na Atualidade;

assistir a vídeo aula https://www.youtube.com/watch?v=qDdOz-sQGiI&t=39s como

complemento e responder as questões como complemento.

Entregar via WhatsApp; 992005878; ou pelo EMAIL

adilsonmoreira@prof.educacao.sp.gov.br ou pelo Google Classroom


Cultura africana e consciência negra


Mulheres negras

[Pixabay]


Escravidão no Brasil


A partir do século XV, o comércio de negros e negras da África foi um excelente

negócio para traficantes e o Estado em nome do desenvolvimento das terras recém-


descobertas nas Américas. Com o aval da Igreja, esses homens e mulheres eram

capturados e trazidos ao Brasil para trabalhar como escravos, principalmente, na

agricultura, mineração e serviços domésticos.

Os primeiros escravos negros chegaram ao Brasil entre 1539 e 1542, na Capitania de

Pernambuco, onde a cultura canavieira estava em forte desenvolvimento. Mais tarde,

além do Nordeste brasileiro, outras regiões começaram a receber escravos com

destaque para as regiões de extração de minérios em Minas Gerais e, no século XIX, as

lavouras de café no Rio de Janeiro e Vale do Paraíba.

Mesmo com o desmonte proposital da cultura, identidade e memória africana que

negros e negras enfrentaram durante o processo de escravização, uma parte dessas

pessoas resistiram, principalmente no Brasil, e se organizaram em grupos de fugitivos.

Era o início dos quilombos.

Os quilombos

Os quilombos eram formados em morros, serras, pântanos e lugares íngremes. O

objetivo era dificultar ao máximo o seu acesso. Essa era uma tentativa de proteção da

população contra a ameaça dos europeus.

Eventualmente, alguns índios e brancos marginalizados também acabavam se

instalando nessas comunidades. Por essa razão, alguns historiadores consideram os

quilombos como uma das primeiras formas de luta popular no Brasil contra um

sistema opressor do Estado.

Havia quilombos de diversos tamanhos. Alguns eram pequenos. Outros eram grandes,

concentrando centenas ou até milhares de habitantes.

Os habitantes dessas comunidades eram conhecidos por quilombolas e se esforçavam

para manter vivas as suas tradições culturais e religiosas.

Eles sobreviviam por meio da pesca, caça, coleta de frutas e agricultura. Também

praticavam o comércio dos excedentes com as populações mais próximas.


No período colonial, o Brasil chegou a ter centenas destas comunidades espalhadas,

principalmente, pelos atuais territórios da Bahia, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso,

Minas Gerais e Alagoas. Aliás, foi nesse último estado onde surgiu o mais célebre de

todos os quilombos, o Quilombo dos Palmares.

Zumbi dos Palmares


Considerado um dos maiores líderes de nossa história, Zumbi nasceu em 1655, no

Estado de Alagoas.

Ícone da resistência negra à escravidão, liderou o Quilombo dos Palmares, comunidade

livre formada por escravos fugitivos das fazendas. Localizado na região da Serra da

Barriga, atualmente o local integra o município alagoano de União dos Palmares.

Embora tenha nascido livre, Zumbi foi capturado aos sete anos de idade. Entregue a

um padre católico, ele recebeu o batismo e recebeu o nome de Francisco. Aprendeu a

língua portuguesa e as tradições da religião católica, chegando a ajudar nas

celebrações de missas.

Voltou a viver no quilombo aos 15 anos, pelo qual lutou até o fim da sua vida. Mesmo

depois da sua morte, muitos homens e mulheres continuaram fugindo para Palmares

que perdurou por mais de um século.


Litogravura - Negro e Negra n'uma Fazenda

[por Johann Moritz Rugendas, em Wikimedia Commons]

Comunidades quilombolas

As comunidades quilombolas podem ser definidas como grupos étnico-raciais, com

trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas e com

ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida.

Segundo levantamento da Fundação Cultural Palmares, de novembro de 2017, há mais

de 3 mil comunidades quilombolas espalhadas por todas as regiões do Brasil. As

maiores populações de quilombolas estão na Bahia, Maranhão, Minas Gerais e Pará.

O Decreto Federal no 4.887/2003 regulamenta o procedimento para identificação,

reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por

remanescentes das comunidades dos quilombos.

O direito das comunidades remanescentes de quilombos à propriedade da terra que

ocupam está prevista na Constituição Federal:


"Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando

suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os

títulos respectivos."

Dia da Consciência Negra

O idealizador do Dia Nacional da Consciência Negra foi o poeta, professor e

pesquisador gaúcho Oliveira Ferreira da Silveira (1941-2009). Ele foi um dos

fundadores do Grupo Palmares, associação que reunia militantes e pesquisadores da

cultura negra brasileira, em Porto Alegre.

Em 1971, ano da fundação do Grupo, ele propôs uma data que comemorasse o valor

da comunidade negra e sua fundamental contribuição ao país. Assim, escolheu o dia

20 de novembro por ser considerada a data da morte de Zumbi dos Palmares, em

1695.

A ideia se espalhou por outros movimentos sociais de luta contra a discriminação

racial. No final da década de 1970, já aparecia como proposta nacional do Movimento

Negro Unificado.

Atualmente, o Dia da Consciência Negra é uma data importante para a discussão de

temas relevantes, como a violência e a inclusão do negro na sociedade, assim como a

promoção de fóruns, debates e outras atividades que celebram as manifestações

culturais africanas.

Dia da Consciência Negra - Legislação

Conheça as leis e decretos que tratam sobre o feriado de 20 de novembro, o Dia da

Consciência Negra, em cidades e estados brasileiros.

Feriado Municipal

O feriado da Consciência Negra é celebrado em muitas cidades brasileiras. No Estado

de São Paulo, 20 de novembro é feriado municipal em 255 cidades segundo

informações a busca por feriados bancários da Febraban.


Manifestações culturais e religiosas

A cultura negra é elemento essencial para a formação da identidade da população

brasileira. Por essa razão, os costumes e rituais de origens africanas começaram a ser

aceitas como expressões nacionais.


Jogo de capoeira

[por Johann Moritz Rugendas (1835), em Wikimedia Commons]

Capoeira

Nasceu como uma forma alegre de celebração da passagem para a vida adulta dos

jovens de alguns povos africanos. No Brasil, começou a ser usado como uma forma de

defesa pelos escravos.

Os movimentos de luta foram adaptados às cantorias africanas para parecem mais

com uma dança, permitindo que treinassem nos engenhos sem levantar a suspeita dos

capatazes. Após um período de proibição, atualmente a capoeira é vista como uma

expressão cultural legítima brasileira.


Culinária

Vatapá, acarajé, caruru, mungunzá, abará, bobó, canjica, cuscuz, sarapatel, baba de

moça, cocada e bala de coco se tornaram iguarias típicas da cozinha nacional. Esses

pratos possuem forte influência da cultura africana tanto na sua denominação quanto

nos ingredientes usados no seu preparo.

O modo africano de cozinhar e temperar incorporou elementos culinários aos pratos

típicos portugueses e indígenas. Por exemplo, sem acesso ao inhame e pimentas

africanas, passaram a usar a mandioca e azeite de dendê disponível no Brasil.

Dessa forma, surgiram muitas receitas originais que deram forma à cozinha brasileira

atual. Um bom exemplo dessa mistura de povos é a moqueca baiana. Para os

historiadores, ela foi trazida pelos portugueses feita com peixes e foi incrementada

pelos indígenas com a farinha de mandioca e pelos africanos com azeite de dendê e

leite de coco.


Bobó de camarão

[Pixabay]


Frevo


Esse gênero de dança e música surgiu no final do século 19, no Carnaval, em um

momento de transição e efervescência social como forma de expressão das classes

populares nos espaços públicos e nas relações sociais.

Da capoeira, o frevo herdou a dança acrobática, transformada através dos anos em

diferentes tipos de passos.

Música e Danças

A principal influência da música africana no Brasil está presente no samba.

Considerado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como

Patrimônio Imaterial brasileiro, o Samba de Roda do Recôncavo Baiano é uma das mais

importantes expressões musical, coreográfica, poética e festiva do país.

Esse estilo se tornou um dos símbolos culturais do país e foi responsável pelo

desenvolvimento de diversos subgêneros, além de ser o ritmo da maior festa popular

brasileira, o Carnaval.

A influência negra na cultura musical brasileira também está presente no afoxé,

maracatu, congada, cavalhada, jongo, lundu e Moçambique.

Religião

Na África, o culto tinha um caráter familiar e era exclusivo de uma linhagem, clã ou

grupo de sacerdotes. Com a vinda ao Brasil e a separação das famílias, nações e etnias,

essa estrutura se fragmentou. As pessoas trazidas da África eram obrigadas a seguir o

catolicismo.


Os cultos religiosos africanos eram proibidos e sua prática reprimida pelas autoridades

no Brasil.

Por essa razão, a população negra passou a seguir os seus costumes religiosos

secretamente. Assim, começaram a identificar suas divindades com os santos e santas

da religião católica. Por exemplo, quando rezavam para Nossa Senhora da Conceição,

estavam se referindo à Iemanjá. Esse processo foi chamado de sincretismo religioso.


As religiões afro-brasileiras mais conhecidas são o candomblé, que nasceu na Bahia, e

a umbanda, que teve origem no Rio de Janeiro.


Atividade

Responda as Questões


1-O Brasil comemora, no dia 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra. Dos mais

de 5 mil municípios do país, pouco mais de mil adotaram a data como feriado, o que

corresponde a quase 20%, segundo a Secretaria de Políticas de Promoção da

Igualdade Racial da Presidência da República. A data foi escolhida em referência

à(ao)

(a) dia em que a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, colocando fim à escravidão de

negros no Brasil.

(b) morte de Zumbi dos Palmares – símbolo da luta pela liberdade e valorização do

povo afro-brasileiro.

(c) acordo internacional celebrado entre nações unidas, pondo fim à escravidão de

negros em todo o Planeta.

(d) Guerra da Chibata, desencadeada nesta data que deu início às ações que geraram o

fim da escravatura no país.

2-A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do

processo cultural: seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto,

do resgate ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar

perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu movimento

para melhor compreendê-lo historicamente.

MINAS GERAIS: Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em

Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.

Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a

capoeira ou o candomblé, deve considerar que elas


permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.


perderam a relação com o seu passado histórico.


derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica

brasileira.


contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil

atual.


demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos

europeus.

3 Escreva em no mínimo 10 linhas qual a importância do dia 20 de novembro

para a cultura brasileira


Bons Estudos

Nenhum comentário:

Postar um comentário