História
Retomada de estudos anteriores
4o Bimestre
Prof.: Adilson
Nome do aluno no.... Série 7°ano...
Correspondente a 2 aulas
Objetivos da aula: Propor reflexões e diálogos sobre a organização das dinâmicas mercantis no
Oriente e no Ocidente
Habilidades do currículo paulista: EF07HI02: Identificar conexões, interações e consequências
do contato entre as sociedades do chamado novo mundo, da Europa, da África e na Ásia no
contexto das navegações nos oceanos Atlântico, Indico e Pacífico
Procedimento: ler e analisar o texto: As Grandes Navegações; assistir a vídeo aula do Centro de
mídias https://www.youtube.com/watch?v=UCVSLPudp8w como complemento e responder
as questões.
Entregar via WhatsApp; 992005878; ou pelo EMAIL
adilsonmoreira@prof.educacao.sp.gov.br ou pelo Google Classroom
Texto: As Grandes Navegações
As Grandes Navegações foram navegações oceânicas realizadas
ao longo do século XV que permitiram a exploração do Oceano
Atlântico. Foram possíveis graças à acumulação de conhecimento
náutico e à chegada de novas tecnologias que facilitaram a
navegação. O país que possuiu as condições necessárias para iniciar
as Grandes Navegações foi Portugal.
Ao longo do século XV, Portugal organizou inúmeras expedições no
Oceano Atlântico, tendo como ponto de partida a conquista de
Ceuta, em 1415. Os portugueses chegaram a uma série de ilhas no
Atlântico, encontraram uma rota alternativa para a Índia,
e chegaram ao Brasil no final do século XV. Os espanhóis, por sua
vez, chegaram à América primeiro, em 1492.
Pioneirismo português
Lisboa era um grande centro comercial no século XV. De lá
partiram centenas de embarcações durante as Grandes
Navegações.
A exploração do Oceano Atlântico sempre foi algo que intrigou os
europeus, e, desde o período medieval, alguns avanços permitiram
que ela fosse possível. Um dos primeiros povos europeus a
lançarem-se numa exploração oceânica foram os nórdicos, que, no
final do século VIII, alcançaram a Inglaterra, e, a partir daí,
chegaram à Islândia, no século IX, e à América do Norte, no final do
século X.
O acúmulo de conhecimento náutico e o desenvolvimento
de novas tecnologias possibilitaram que as Grandes Navegações
iniciassem-se no século XV, e os portugueses são considerados os
pioneiros nesse processo. Isso aconteceu porque Portugal reunia
uma série de condições que permitiram que o país lançasse-se na
navegação e exploração do Oceano Atlântico.
Portugal reunia condições políticas, econômicas, geográficas, e
até mesmo a sociedade portuguesa abraçou a exploração marítima.
No longo prazo, sabemos que isso fez com que Portugal chegasse a
locais até então desconhecidos para os europeus em geral. Novos
caminhos foram descobertos e novos comércios foram abertos
para eles.
Contudo, por que Portugal foi o país pioneiro nas Grandes
Navegações? Os fatores são variados e podemos começar
pela estabilização política. Desde o final do século XIV, quando
aconteceu a Revolução de Avis, Portugal gozava de uma
monarquia consolidada e um poder político estável nas mãos da
dinastia de Avis. Outras regiões da Europa, como a Espanha,
passavam por grandes conflitos de poder.
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Além disso, Portugal gozava de unificação territorial, uma vez
que a última parcela do território português foi anexada ao reino
na metade do século XIII, quando a região de Algarve foi
reconquistada e os mouros foram expulsos dela. Novamente em
comparação com a Espanha, o reino de Castela travou conflitos
contra os mouros durante o século XV, e o reino de Aragão travou
conflitos com a França por territórios no mesmo século.
Na questão econômica, Portugal era um importante centro de
comércio, e sua principal cidade, Lisboa, desde o século XIII, já
mantinha contatos comerciais de longa distância, segundo o
historiador Boris Fausto|1|. Lisboa mantinha contato com
mercados árabes, e o comércio local tinha prosperado bastante por
meio de financiamentos realizados pelos genoveses.
O mercado árabe, por sua vez, possuía dois importantes itens para
os portugueses: ouro e especiarias. O consumo das especiarias foi
introduzido na Europa depois das Cruzadas, e elas eram muito
utilizadas na conservação de alimentos e na produção de perfumes
e medicamentos. Eram mercadorias valiosas e rendiam um lucro
muito alto. O fechamento da rota que passava por Constantinopla,
em 1453, tornou mais complicado o acesso a essa mercadoria.
Outro fator que não podemos esquecer é
a localização geográfica de Portugal. Esse país tem todo o seu
litoral voltado para o Oceano Atlântico. Além disso, Portugal fica
muito próximo das correntes marítimas do Atlântico, o que
facilitava e incentivava a navegação desse oceano.
Por fim, como coloca Boris Fausto, toda a sociedade portuguesa
incentivava a navegação atlântica, o que fez dela um
grande projeto nacional|2|. O historiador resume que a
navegação atlântica agradava aos comerciantes porque lhes trazia
perspectivas de bons negócios; para a Coroa, representava a chance
de reforçar os cofres; para nobreza e Igreja, trazia possibilidade de
cristianizar pagãos e conquistar influência e riqueza; e para o povo
em geral, trazia chance de uma vida melhor|3|.
Acesse também: Hans Staden, o alemão que veio ao Brasil no
século XV
• Feitos das navegações portuguesas
Em 1441, os
portugueses inventaram a caravela, embarcação que facilitou a
exploração do oceano.
Os historiadores consideram que o ponto de partida da expansão
marítima dos portugueses foi a conquista de Ceuta, no norte da
África, em 1415. Isso aconteceu porque os portugueses queriam ter
acesso ao ouro árabe e queriam encontrar o mítico reino de João
Preste, para juntarem-se a ele na luta contra os muçulmanos.
A exploração oceânica feita pelos portugueses concentrou-se em
explorar a costa do continente africano, e, aos poucos, chegou-se a
locais até então desconhecidos por eles. Na ordem cronológica, os
portugueses chegaram a Madeira em 1420, a Açores em 1427,
às ilhas de Cabo Verde em 1460 e a São Tomé em 1471.
Um dos grandes feitos da exploração da costa africana foi
o contorno do Cabo do Bojador, em 1434. Esse cabo localiza-se
no território da atual Saara Ocidental e, no século XV, era um local
alvo de muitas lendas e mitos por conta da grande quantidade de
embarcações portuguesas que tinham desaparecido nele.
Isso acontecia porque o Cabo Bojador possui uma série de recifes,
muitos pontiagudos, e em determinadas partes do cabo a
profundidade da água é muito pequena. Esses dois fatores faziam
com que as navegações naquele local fossem muito perigosas. O
responsável por contornar esse cabo foi o navegante Gil Eanes.
Em 1441, uma nova embarcação foi desenvolvida pelos
portugueses: a caravela. Ela facilitou a navegação marítima,
sobretudo nas situações em que o vento estava contra a
embarcação. Essa embarcação utilizava-se de velas para navegar
e mesclava velas quadradas com velas latinas (triangulares).
Foi o principal meio de transporte marítimo dos portugueses até o
século XVII.
Nesse mesmo ano, registrou-se também que a compra de
escravizados africanos pelos portugueses tornou-se muito comum,
e a historiadora Marianne Mahn-Lot traz um registro feito por um
cronista português do século XV, chamado Gomes Eanes de
Zurara, que justificava a escravidão dos negros como
consequência da maldição de Deus sobre Cam, um dos filhos de
Noé. Nessa lógica, os negros seriam descendentes de Cam e,
portanto, amaldiçoados|4|.
No reinado de d.
João II, o Cabo da Boa Esperança foi superado pelo navegante
Bartolomeu Dias em 1488.[1]
Em 1481, d. João II foi coroado rei de Portugal e a exploração
atlântica ganhou novo incentivo, com o enfoque ainda na
exploração da costa africana. O objetivo era encontrar uma
passagem que permitisse aos portugueses alcançarem o comércio
de especiarias na Índia. À medida que exploravam a costa africana,
novas feitorias portuguesas eram estabelecidas. Além dos
escravizados, os portugueses compravam marfim e pimenta|5|.
Com a exploração do Atlântico, os portugueses também puderam
iniciar a exploração econômica dos locais a que chegavam. Em
Madeira, eles realizaram o plantio de trigo e da cana-de-açúcar.
Já em São Tomé, por exemplo, estabeleceram o plantio da cana-de-
açúcar, e o local tornou-se um entreposto de escravizados que eram
comprados para ser enviados ao Brasil.
Outro momento de destaque das navegações portuguesas foi
a travessia do Cabo da Boa Esperança, no extremo sul do
continente africano, realizada pelo
navegante Bartolomeu Dias em 1488. Esse cabo também era
conhecido como Cabo das Tormentas por conta de suas águas
agitadas, e a passagem por ele permitiu a descoberta de uma nova
rota para a Índia, feito realizado pelo navegante Vasco da
Gama em 1498.
Vasco da Gama foi
o primeiro português a concretizar uma rota marítima de Portugal
até a Índia. Esse feito aconteceu em 1498.
Vasco da Gama regressou a Portugal da Índia em julho de 1499, e,
meses depois, uma nova expedição foi organizada. Essa foi a
expedição de Pedro Álvares Cabral, que tinha como destino final
a Índia, mas que também tinha como missão verificar as
possibilidades dos portugueses no oeste após a assinatura
do Tratado de Tordesilhas, em 1494.
Navegações espanholas
Como mencionado neste artigo, Portugal tinha condições que
outros países da Europa, como a Espanha, não possuíam. Os
portugueses foram os grandes pioneiros das Grandes Navegações,
mas foram os espanhóis quem enviaram a primeira expedição
para a América nesse contexto.
Primeiramente, durante a segunda metade do século XV, a Espanha
(que correspondia aos Reinos de Castela e Aragão)
enfrentou conflitos dinásticos, conflitos contra os franceses e,
principalmente, contra os mouros, estabelecidos ainda no reino de
Granada, no sul da Península Ibérica. Só depois que os
espanhóis conquistaram Granada, em 1492, é que eles lançaram-
se na navegação atlântica.
A primeira grande expedição espanhola foi liderada pelo
genovês Cristóvão Colombo, que convenceu os reis espanhóis a
financiarem sua viagem para o oeste. Em outubro de 1492, a
expedição de Colombo, que consistia em três embarcações, chegou
a Guanahani, ilha que faz parte das Bahamas.
Consequências
As Grandes Navegações foram um acontecimento muito
importante na história europeia e contribuiram para mudar o
mundo radicalmente. Entre as consequências das Grandes
Navegações, estão:
• O estabelecimento do tráfico negreiro;
• O início da colonização;
• O estabelecimento das práticas econômicas
do mercantilismo;
• A transformação de Portugal e Espanha em dois grandes
impérios
(Fuvest) “Para o conjunto da economia europeia, no século XVI, caracterizada pela produção
em crescimento e pelo aumento das transações mercantis, ao lado de um novo crescimento de
sua população, o efeito mais importante dos grandes descobrimentos foi a alta geral dos
preços...”
O efeito a que o texto se refere foi provocado:
a) pelo grande afluxo de metais preciosos.
b) pela ampliação da área de produção agrícola.
c) pela redução do consumo de produtos manufaturados.
d) pela descoberta de novas rotas comerciais no Oriente.
e) pelo deslocamento do eixo comercial para o mediterrâneo.
Para se compreender historicamente o contexto em que se iniciou as práticas de navegações
europeias que resultaram no que ficou conhecido como as Grandes Navegações, o autor do
texto Grandes Navegações diz que é necessário fazer a associação entre algumas situações
históricas. Indique qual das alternativas abaixo está correta.
a) renascimento cultural, fortalecimento dos senhores feudais e formação dos Estados
Nacionais.
b) reavivamento comercial da Baixa Idade Média, formação dos Estados Nacionais e
ascensão da burguesia.
c) reavivamento comercial da Baixa Idade Média, formação dos Estados Nacionais e
ascensão da nobreza.
d) controle dos mercados marítimos pelos árabes, formação dos Estados Nacionais e
ascensão da burguesia.
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