sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Capitanias Hereditárias

  HISTÓRIA                 prof.: Adilson  

Nome do aluno                                                                              nº....      série 7ºano ...  Correspondente a 4 aulas  

 

Objetivos da aula 

Compreender acontecimentos históricos, relações de poder e mecanismos de transformação das estruturas sociais, políticas e econômicas ao longo do tempo. 

Habilidades do currículo paulista: 

(EF07HI18) - Comparar a dinâmica econômica nas colônias portuguesa e espanhola na América 

Procedimento: ler e analisar o texto" Capitanias Hereditárias", assistir a vídeo aula do Centro de Mídias  https://www.youtube.com/watch?v=w2JN2aR7_GY&t=1924s        como complemento e responder as questões 

Entregar via whatsapp992005878; ou pelo EMAIL adilsonmoreira@prof.educacao.sp.gov.br 

TEXTO: Capitanias Hereditárias 

As Capitanias Hereditárias foram um sistema administrativo implementado pela Coroa Portuguesa no Brasil em 1534. 

O território do Brasil, pertencente a Portugal, foi dividido em faixas de terras e concedidas aos nobres de confiança do rei D. João III (1502-1557). Essas poderiam ser passadas de pai pra filho e por isso, foram chamadas de hereditárias. 

Os principais objetivos eram povoar a colônia e dividir a administração colonial. As Capitanias Hereditárias, porém, tiveram vida curta e foram abolidas dezesseis anos após sua criação. 

Após a descoberta das terras a leste do Tratado de Tordesilhas, em 1500, por Pedro Álvares Cabral, o foco da Coroa portuguesa na sua colônia da América Portuguesa era a extração dos recursos da terra, como o pau-brasil. 

Isso se devia ao fato de não terem sido encontrados metais preciosos como foi o caso dos espanhóis nas suas possessões. 

O sistema de capitanias hereditárias foi implantado a partir da expedição de Martim Afonso de Sousa, em 1530. Os portugueses tiveram receio de perderem suas terras conquistadas para outros europeus que já estavam negociando com os indígenas e buscavam se fixar ali. 

Para tanto, a Coroa Portuguesa imediatamente adotou medidas para povoar a colônia, evitando, dessa maneira, possíveis ataques e invasões. 

O sistema de capitanias havia sido implementado pelos portugueses na Ilha da Madeira, nos Arquipélagos dos Açores e de Cabo Verde. 

Assim, ficou estabelecido a criação de 15 capitanias e seus 12 donatários, uma vez que uns receberam mais que uma porção de terra e as Capitanias do Maranhão e São Vicente foram divididas em duas porções. 

 

Mapa das Capitanias Hereditárias (1534-1536) 

 

 capitanias hereditárias

 

Segue abaixo o nome de cada e de seus respectivos donatários: 

 

Capitania do Maranhão: João de Barros e Aires da Cunha e Fernando Álvares de Andrade 

Capitania do Ceará: Antônio Cardoso de Barros 

Capitania do Rio Grande: João de Barros e Aires da Cunha 

Capitania de Itamaracá: Pero Lopes de Sousa 

Capitania de Pernambuco: Duarte Coelho Pereira 

Capitania da Baía de Todos os Santos: Francisco Pereira Coutinho 

Capitania de Ilhéus: Jorge de Figueiredo Correia 

Capitania de Porto Seguro: Pero do Campo Tourinho 

Capitania do Espírito Santo: Vasco Fernandes Coutinho 

Capitania de São Tomé: Pero de Góis da Silveira 

Capitania de São Vicente: Martim Afonso de Sousa 

Capitania de Santo Amaro: Pero Lopes de Sousa 

Capitania de Santana: Pero Lopes de Sousa 

Direitos e Obrigações do Donatário 

O rei Dom João III concedeu as terras para nobres de sua confiança. Cada Capitão Donatário era considerado a autoridade máxima, ficando responsável por povoar, administrar, proteger o território, fundar vilas e desenvolver a economia local. Por sua parte, a Coroa Portuguesa não dava nenhuma ajuda financeira aos donatários para esse empreendimento. 

Os donatários, por outro lado, possuíam alguns privilégios jurídicos e fiscais como: 

escravizar indígenas; 

cobrar tributos e doar lotes de terra não cultivados (sesmarias); 

explorar a região e usufruir de todos seus recursos naturais (donde uma porcentagem pertencia à coroa), desde animais, madeira e minérios. 

A despeito de possuírem grande poder, as capitanias não pertenciam aos donatários e sim à Coroa Portuguesa que cobrava um imposto denominado “dízimo”, ou seja, 10% da produção da capitania. 

 

No entanto, o sistema de capitanias sofreu com a falta de recursos, algumas foram abandonadas e em outras jamais seus donatários estiveram ali. Igualmente sofreram ataques indígenas, os quais lutavam contra a invasão de suas terras. 

Desta maneira, o empreendimento das capitanias hereditárias fracassou. Somente duas foram bem-sucedidas: 

Capitania de Pernambuco, comandada por Duarte Coelho, responsável por introduzir o cultivo da cana de açúcar; 

Capitania de São Vicente, comandada por Martim Afonso de Sousa, graças ao tráfico de indígenas que realizavam naquelas terras. 

Após a inviabilidade das Capitanias Hereditárias, a colônia passou por uma reforma administrativa e foi instituído o Governo Geral. 

Curiosidades 

As capitanias hereditárias impulsionaram o crescimento das vilas, que aos poucos se transformaram em províncias, e, mais tarde constituíram alguns estados brasileiros. 

A herança dos sistema de capitanias hereditárias pode ser sentido até hoje através do coronelismo e das famílias que seguem mantendo o poder em certos estados. 

Martim Afonso de Sousa permaneceu pouco tempo em sua capitania, pois foi deslocado para ocupar um posto nas Índias. Quem administrou a terra foi sua esposa, Ana Pimentel 

Os Bandeirantes foram considerados exploradores empreendedores de expedições que vasculhavam o interior do Brasil Colônia. Ou seja, esse grupo de homens realizava as chamadas bandeiras. Estas eram caracterizadas pela reunião de indivíduos que se deslocavam dos centros e litorais até os sertões coloniais. 

Chegando ao destino desejado, o objetivo deste grupo era capturar indígenas para uso de mão de obra escrava. Durante as primeiras expedições realizadas, o armamento utilizado era o arco e a flecha. Com armamento semelhante aos indígenas que almejavam capturar, as batalhas muitas vezes deixavam inúmeros mortos e feridos. 

Muitas bandeiras deixavam a alcunha de exploração, e justificavam-se realmente como expedições visando o aprisionamento de nativos. Mesmo com o Tratado de Tordesilhas (1494) em vigor, os bandeirantes ultrapassaram as fronteiras delimitadas. No âmbito da União Ibérica (15801642), as bandeiras acabaram por ampliar o domínio português na América. 

 

 

Os Bandeirantes e as Entradas 

 Monumento em homenagem aos bandeirantes, em São Paulo, são comuns. (Imagem: 

Reprodução)  

 monumento bandeirantes

 

A crise europeia e a junção entre Entradas e Bandeiras 

A segunda metade do século XVII foi marcada por uma crise econômica do Império Português na Europa. Regiões de domínio na África passaram a atrair atenção de outras nações. Investidas, inclusive, foram feitas. Diversas colônias africanas foram sendo tomadas por holandeses. Para piorar a situação lusitana, o açúcar brasileiro agora enfrentava ampla concorrência do açúcar elaborado nas Antilhas. 

 

 

A solução para tentar reverter a crise foi o estímulo à exploração de metais preciosos nas colônias americanas. Dessa forma, as bandeiras começaram a ser financiadas pela coroa portuguesa junto às expedições da própria coroa, as Entradas. Estas, por sua vez, seriam as expedições de cunho oficial. A exploração seria diretamente do território, e não de apresamento. O objetivo das entradas era justamente a busca por potenciais econômicos da terra. 

Contudo, as expedições particulares fortemente armadas (as bandeiras) acabaram juntando os objetivos às entradas. Ambas as jornadas passaram a atrelar objetivos. Nestas explorações, os objetivos eram: 

Busca de mão de obra indígena; 

Destruição dos quilombos formados por negros e índios foragidos; 

Busca por metais preciosos; 

Bandeirantes de destaque 

Os bandeirantes de maior destaque concentravam-se, boa parte, na região paulista. Dentre os mais conhecidos estão: 

 

Antônio Raposo Tavares; 

Domingos Jorge Velho; 

Morais Navarro; 

Domingos Calheiros; 

Estevão Parente; 

Fernão Dias Paes; 

Manuel Borba Gato; 

Bartolomeu Bueno da Silva; 

Pascoal Moreira Cabral; 

André Fernandes; 

A “descoberta” de ouro por volta do ano de 1690-1700 rendeu homenagens eternas aos exploradores. Em regiões de Minas Gerais, Goiás e, sobretudo, São Paulo, não é incomum ver monumentos de exaltação aos mesmos. 

A quebra do mito dos bandeirantes como heróis 

Ao longo dos anos, creditou-se à figura dos bandeirantes como os responsáveis diretos pelas descobertas de riquezas no Brasil. Os considerados reais pioneiros ao desbravar os sertões do país. Os ampliadores de horizontes, dos limites e os incansáveis excursionistas do interior na busca por metais e pedras preciosas. As alcunhas a eles creditadas, e as homenagens físicas existentes, dificultam a avaliação real do que foram as bandeiras. 

 

Os bandeirantes foram exploradores escravocratas, lançavam-se em busca do aprisionamento dos nativos. Invadiam, inclusive, Missões Jesuíticas, onde inúmeros indígenas já passavam pela desestruturação da sua cultura e a evangelização. Em relatos de documentos, observa-se o detalhamento de centenas de aldeias devastadas em inúmeras regiões. 

 

Diferentes tribos eram capturadas, levadas às fazendas e obrigadas a conviver para trabalhar incessantemente. As bandeiras, na realidade, alimentaram um verdadeiro mercado de mão de obra escravocrata indígena. Possibilitou a redução na produção agrícola e o abastecimento comercial com uma mão de obra sem custo. Sendo assim, os Bandeirantes eram tidos, sim, outrora como heróis. Atualmente, no entanto, são vistos como um grupo que apenas contribuiu para a desestruturação da cultura indígena. 

 

Referências 

AZEVEDO, Gislane e SERIACOPI, Reinaldo. Editora Ática, São Paulo-SP, 1ª edição. 2007, 59 

QUESTÕES 

 

01. [Fuvest-SP] Qual destas definições expressa melhor o que foram as Bandeiras? 

a) Expedições financiadas pela Coroa que se propunham exclusivamente a descobrir metais e pedras preciosas. 

b) Movimento de fundo catequético, liderados pelos jesuítas para a formação de uma nação indígena cristã. 

c) Expedições particulares que apresavam os índios e procuravam metais e pedras preciosas. 

d) Empresas organizadas com o objetivo de conquistar as áreas litorâneas e ribeirinhas. 

e) Incursões de portugueses para atrair tribos indígenas para serem catequizadas pelos jesuítas. 

02. [UFU-MG] A atividade dos bandeirante marcou a atuação dos habitantes da Capitania de São Vicente entre os séculos XVI e XVIII. 

A esse respeito, assinale a alternativa correta. 

a) Buscando capturar o índio para utilizá-lo como mão de obra, ou para descobrir minas de metais e pedras preciosas, o chamado bandeirismo apresador e o prospector foram importantes para a ampliação dos limites geográficos do Brasil colonial. 

b) As bandeiras eram empresas organizadas e mantidas pela Metrópole, com o objetivo de conquistar e povoar o interior da colônia, assim como garantir, efetivamente, a posse e o domínio do território. 

c) As chamadas bandeiras apresadoras tinham uma organização interna militarizada e eram compostas exclusivamente por homens brancos, chefiados por uma autoridade militar da Coroa. 

d) O que explicou o impulso do bandeirismo do século XVII foi a assinatura do tratado de fronteiras com a Espanha, que redefiniu a linha de Tordesilhas e abriu as regiões de Mato Grosso até o Rio Grande do Sul, possibilitando a conquista e a exploração portuguesa. 

e) Derivado da bandeira de apresamento, o sertanismo de contrato era uma empresa particular, organizada com o objetivo de pesquisar indícios de riquezas minerais, especialmente nas regiões de Mato Grosso e Minas Gerais. 

2 (Unaerp-SP) Em 1534, o governo português concluiu que a única forma de ocupação do Brasil seria através da colonização. Era necessário colonizar, simultaneamente, todo o extenso território brasileiro. Essa colonização dirigida pelo governo português se deu através da: 

a) criação da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil. 

b) criação do sistema de governo-geral e câmaras municipais. 

c) criação das capitanias hereditárias. 

d) montagem do sistema colonial. 

e) criação e distribuição 

3 Apesar do intuito de Portugal em utilizar as capitanias hereditárias como forma de garantir a colonização e o povoamento do território colonial, as dificuldades econômicas e de enfrentamento das populações indígenas impediram o sucesso das capitanias. Apenas duas capitanias hereditárias conseguiram obter lucros, e eram as capitanias de: 

a) São Vicente e Bahia. 

b) Pernambuco e Maranhão. 

c) Espírito Santo e Porto Seguro. 

d) São Vicente e Pernambuco. 

e) Rio Grande e Ceará. 

4 Ao receber uma capitania hereditária, o donatário recebia também o Foral, um documento onde eram determinados os seus direitos e deveres nas terras a ele concedidas. Dentre esses direitos e deveres não constava: 

a) o direito de repassar a concessão das capitanias a um descendente. 

b) o dever de cumprir as funções militares e judiciais na capitania. 

c) o direito de controlar o direito de passagem nos rios e portos. 

d) o direito de vender as terras recebidas a terceiros 

e) fundar vilas. 

5)  Explique o que eram   os Bandeirantes e as Entradas  e quais eram seus objetivos? 

 

 

6) Oque foram as Capitanias Hereditárias e por quais motivos foram criadas? 

Nenhum comentário:

Postar um comentário