sexta-feira, 27 de novembro de 2020

HISTÓRIA prof.: Adilson

 HISTÓRIA

prof.: Adilson

Nome do aluno no.... Série 7o

A Correspondente a 4 aulas

Objetivos da aula: propor reflexões é diálogos sobre a organização do poder e as dinâmicas do

mundo

colonial das Américas

Habilidades: EF07HI18 comparar a dinâmica econômica nas colônias portuguesa e espanhola

na América

Procedimento: ler e analisar o texto”, assistir a vídeo aula do Centro de Mídias

https://www.youtube.com/watch?v=wP9rJzbfo4U como complemento e responder as

questões.

Entregar via WhatsApp; 992005878; E-MAIL adilsonmoreira@prof.educacao.sp.gov.br ou pelo

Google Classroom

Brasil e os negros africanos

A escravidão no Brasil foi uma instituição violenta e desumana que existiu durante mais de 300

anos e foi responsável pela escravização de milhões de indígenas e africanos. A escravidão foi

uma instituição que se estabeleceu no Brasil por volta da década de 1530, quando as primeiras

medidas efetivas de colonização foram implantadas pelos portugueses. Essa escravização

ocorreu, a princípio, com os nativos, e, entre os séculos XVI e XVII, foi sendo gradativamente

substituída pela escravização dos africanos que chegavam no Brasil pelo tráfico negreiro. A

escravidão no Brasil atendia à demanda dos portugueses por trabalhadores braçais (tipo de

trabalho que os portugueses desprezavam) e, nos séculos XVI e XVII, isso está relacionado,

principalmente, com o trabalho nas roças. A princípio, a relação de trabalho utilizada pelos

portugueses foi a do escambo com os indígenas, mas logo optaram por implantar a escravidão.

A escravidão no Brasil foi tão cruel e a quantidade de africanos que foram trazidos durante três

séculos foi tão grande que a imagem do trabalhador escravo em nosso país associou-se com a

cor de pele do africano. Um sintoma evidente do racismo que estava por trás da instituição da

escravidão em nosso país. A escravidão no Brasil foi cruel e desumana e suas consequências,

mesmo passados mais de 130 anos da abolição, ainda são perceptíveis. A pobreza, violência e

a discriminação que afetam os negros no Brasil são um reflexo direto de um país que

normalizou o preconceito contra esse grupo e o deixou à margem da sociedade.

Importante nos atentarmos que a escravidão também afetou milhões de indígenas e

disseminou preconceitos em nosso país contra esse grupo também. O reflexo direto disso,

além do próprio preconceito contra os indígenas, foi a redução populacional desses povos que

de milhões de habitantes, no século XVI, passaram para cerca de 800 mil, atualmente, segundo

o IBGE|1|.

Origem


A escravidão no Brasil foi implantada nas primeiras décadas da colonização e aconteceu na

década de 1530, quando os portugueses implantaram o sistema das capitanias hereditárias e

deram início ao processo de colonização da América Portuguesa. Até então, a relação de

trabalho utilizada pelos portugueses baseava-se no escambo com os indígenas na exploração

do pau-brasil.

A partir de 1534, os portugueses implantaram as capitanias hereditárias, com isso, passaram a

incentivar o cultivo de cana-de-açúcar e o desenvolvimento de engenhos para produzir açúcar.

Como essa era uma atividade complexa e que necessitava de mão de obra, os portugueses

encontraram na escravidão a saída para a falta de trabalhadores – já que eles próprios não

queriam realizar o trabalho pesado. Assim, o primeiro grupo a sofrer com a escravização foram

os indígenas.

Escravização dos indígenas


Os indígenas foram o primeiro grupo a ser escravizado no Brasil e em outras partes da

América. *

Os indígenas foram a principal mão de obra escrava dos portugueses até meados do século

XVII, quando,

então, começaram a ser superados em números pelos escravos africanos. Escravizar um

indígena, em comparação com um africano, era muito mais acessível para os colonos

portugueses, mas uma série de questões tornavam essa prática mais problemática.

Primeiro, havia a questão cultural, uma vez que os índios não estavam familiarizados com a

ideia de trabalho contínuo para produção de excedente, o que fazia parte da cultura europeia.

Além disso, os indígenas eram vistos pelos padres jesuítas como rebanho em potencial para

serem convertidos ao catolicismo. Isso criava um impasse muito grande, porque os colonos

queriam escravizar os indígenas irrestritamente, enquanto os jesuítas criavam barreiras para

isso.

Os conflitos entre colonos e jesuítas foram frequentes, e foi muito comum que bandeirantes

atacassem missões jesuíticas para sequestrar os índios instalados lá e revendê-los como

escravos. De toda forma, a pressão dos jesuítas contra a escravização dos indígenas poderia

gerar inúmeros problemas jurídicos para os colonos que não os escravizavam em caso de

“guerra justa”.

A pressão dos jesuítas sobre a Coroa para proibir a escravização dos indígenas resultou em

uma lei proibindo a escravização dos índios em 1570. Apesar da lei, os índios continuaram

sendo escravizados, sobretudo em locais que não tinham economia tão próspera, e que a

quantidade de africanos enviados era pequena.

Outro obstáculo para a escravização dos indígenas era a suscetividade deles para doenças,

como varíola, gripe, sarampo etc. A falta de defesa biológica foi algo marcante na história da

colonização da América.

Ao longo desse período, aconteceram inúmeras epidemias que mataram indígenas aos

milhares. A mortalidade dos indígenas também ocorria por meio da guerra e da própria

escravização.


Chamados de “negros da terra”, os indígenas eram até três vezes mais baratos que um escravo

africano.

O historiador Stuart Schwartz afirmou que, na década de 1570, um escravo indígena custava

cerca de 7

mil-réis, enquanto um escravo africano custava cerca de 20 mil-réis|2|. E, nessa época, era

necessário

que um escravo africano trabalhasse de 13 a 16 meses para que o seu senhor recuperasse o

valor

gasto|3|.

Como mencionamos, os indígenas foram a principal mão de obra escrava até meados do

século XVII e

existem inúmeros levantamentos que mostram que o número de escravos indígenas era

superior nos

engenhos instalados pelo país. Essa situação começou a se modificar aos poucos, e foi a

prosperidade da

economia açucareira que permitiu que locais, como Pernambuco e Bahia, recebessem tantos

africanos.

Acesse também: Conheça a trajetória de três grandes abolicionistas negros brasileiros

Escravização de africanos


O tráfico negreiro foi responsável pelo desembarque de quase cinco milhões de africanos no

Brasil


durante três séculos de existência.


Os primeiros africanos começaram a chegar no Brasil na década de 1550 e foram trazidos por

meio

do tráfico negreiro, negócio que fez fortunas ao longo de três séculos. Os portugueses tinham

feitorias

instaladas na costa africana, desde o século XV, e, desde então, mantinham relações

comerciais com

reinos africanos, dos quais incluía a compra de escravos.

À medida que a colonização do Brasil se desenvolveu, a necessidade por trabalhadores era tão

grande

que fez que esse comércio prosperasse em larga escala. O sucesso do tráfico negreiro está

relacionado,


dessa forma, com a necessidade da colônia por trabalhadores e esse negócio foi altamente

lucrativo para

os traficantes, assim como para a Coroa.


Ao longo dos 300 anos de existência do tráfico negreiro, cerca de 4,8 milhões de africanos|4|

foram

trazidos para o Brasil, o que significa que nosso país foi o que mais recebeu africanos para

serem

escravizados ao longo de três séculos em todo o continente americano.

O trabalho dos escravos africanos, a princípio, foi utilizado para atender as demandas da

produção de

açúcar nos engenhos. A vida de um escravo era dura e era marcada pela violência dos

senhores e das

autoridades coloniais. A jornada diária de trabalho poderia se estender por até 20 horas por

dia e o

trabalho no engenho era mais pesado e perigoso que trabalhar nas plantações.

Nas moendas – local onde a cana era moída para extrair o seu caldo – eram comuns acidentes

que faziam

com que escravos perdessem mãos ou braços. Nas fornalhas e caldeiras – local de cozimento

do caldo da

cana – as queimaduras eram o acidente mais comum que atingia os escravos. Essa etapa do

trabalho era

tão dura, que era reservada para os escravos mais rebeldes e fujões.

Engenhos grandes chegavam a possuir 100 escravos ou mais e, por isso, o senhor de escravos

nem sempre

tinha contato direto com todos os escravos. Os escravos dormiam no chão duro na senzala e lá

eram

monitorados para evitar que fugissem. A alimentação era pobre e insuficiente, e os escravos

precisavam

complementá-la com os alimentos obtidos de uma pequena lavoura que cultivavam aos

domingos.

Os escravos que trabalhavam na casa-grande, residência do senhor de escravos, eram mais

bem tratados,

mais bem alimentados e mais bem-vestidos em relação aos escravos que trabalhavam na

lavoura ou no

engenho. Existiam também escravos que trabalhavam nas cidades em ofícios dos mais

variados tipos.


Muitos dos escravos eram acorrentados para evitar que fugissem e outros utilizavam máscaras

de ferros,

como a máscara de flandres, utilizada para impedir os escravos de engolir diamantes (nas

regiões

mineradoras), ou para impedir que se embriagassem ou mesmo para impedir que cometessem

suicídio

por meio da ingestão de terra.

A violência praticada sistematicamente contra os escravos tinha o objetivo de incutir-lhes o

temor de seus

senhores e impedir que fugas e revoltas acontecessem. No caso das escravas, a violência

ganhava outra

dimensão, pois além de tudo que sofriam em relação ao trabalho, ainda eram vítimas de

estupros

frequentes praticados por seus senhores e feitores.

Os escravos rebeldes ou os que cometessem algum delito (por menor que fosse) poderiam

receber

punições pesadas. Entre as punições praticadas contra os escravos, podem ser destacados

os açoitamentos. Muitos dos escravos punidos com o açoite eram castigados com 300 ou mais

chibatadas

– O suficiente para levar um ser humano à morte.

O historiador Thomas Skidmore resgatou um relato que afirma que “por ofensas

insignificantes jogavam

seus escravos vivos na fornalha, ou os matavam de várias maneiras bárbaras e desumanas”

|5|. A forca e

o envenenamento também eram formas utilizadas para executar os escravos.


Os escravos africanos, porém, não aceitavam a escravização e a violência direcionadas a eles

de maneira

passiva. A história da escravização africana no Brasil é marcada pela resistência e luta dos

africanos que

fugiam, formavam quilombos, revoltavam-se, matavam seus feitores e senhores etc. Dois

grandes

episódios de resistência escrava foram a formação do Quilombo dos Palmares e a Revolta dos

Malês.

Acesse também: Conheça a história da revolução que aterrorizou senhores de escravos no

Brasil


Fim da escravidão

O Brasil foi o último país do continente americano a abolir o trabalho escravo e isso ocorreu

por meio

da Lei Áurea, aprovada pelo Senado e assinada pela princesa Isabel, em 13 de maio de 1888. O

fim da

escravidão no Brasil não foi por um ato de bondade da monarquia brasileira, mas foi uma

conquista

realizada por meio do engajamento popular e da resistência dos escravos.

O abolicionismo ganhou força em nosso país a partir da década de 1870, mas um ponto de

partida

importante a ser considerado foi a proibição do tráfico negreiro, que aconteceu por meio da

Lei Eusébio

de Queirós, em 1850. Com essa lei, cortava-se a fonte que renovava os números de escravos

no território

brasileiro.

A força do abolicionismo em nosso país apresentou-se de diversas maneiras. Associações

abolicionistas

surgiram aos montes no país, conferências abolicionistas foram organizadas, eventos públicos

realizados,

levantaram-se fundos para pagar a alforria de escravos, advogados passaram a atuar

efetivamente contra

senhores de escravos, jornalistas publicavam textos defendendo a abolição e populares

abrigavam

escravos fugidos em suas casas.

Os escravos também atuaram na desestabilização da escravidão e realizavam fugas em massa

ou fugas

individuais, formavam quilombos que se tornavam centros de resistência, organizavam

revoltas que

resultavam na morte de seus senhores etc. A década de 1880 registrou inúmeros casos de

revoltas e fugas

de escravos.

A pressão realizada pela população livre e pelos escravos era tamanha que o clima de

desordem no final

da década de 1880 era evidente: o Império não tinha mais o controle sobre a situação.

Pressionado, o

Império teve de agir, dessa forma, aprovou-se a Lei Áurea em 13 de maio de 1888.


A reação da população mediante a lei foi de festa, e as celebrações estenderam-se por dia. A

abolição,

porém, não foi acompanhada por medidas de suporte aos negros libertos, e eles continuaram

sendo

vítimas do preconceito, violência e sofreram com a falta de acesso ao estudo e às boas

oportunidades.

Atividade


1- Cite o nome das principais leis que aboliram a escravidão no Brasil. Explique cada uma

delas

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