HISTÓRIA
prof.: Adilson
Nome do aluno no.... Série 7o
A Correspondente a 4 aulas
Objetivos da aula: propor reflexões é diálogos sobre a organização do poder e as dinâmicas do
mundo
colonial das Américas
Habilidades: EF07HI18 comparar a dinâmica econômica nas colônias portuguesa e espanhola
na América
Procedimento: ler e analisar o texto”, assistir a vídeo aula do Centro de Mídias
https://www.youtube.com/watch?v=wP9rJzbfo4U como complemento e responder as
questões.
Entregar via WhatsApp; 992005878; E-MAIL adilsonmoreira@prof.educacao.sp.gov.br ou pelo
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Brasil e os negros africanos
A escravidão no Brasil foi uma instituição violenta e desumana que existiu durante mais de 300
anos e foi responsável pela escravização de milhões de indígenas e africanos. A escravidão foi
uma instituição que se estabeleceu no Brasil por volta da década de 1530, quando as primeiras
medidas efetivas de colonização foram implantadas pelos portugueses. Essa escravização
ocorreu, a princípio, com os nativos, e, entre os séculos XVI e XVII, foi sendo gradativamente
substituída pela escravização dos africanos que chegavam no Brasil pelo tráfico negreiro. A
escravidão no Brasil atendia à demanda dos portugueses por trabalhadores braçais (tipo de
trabalho que os portugueses desprezavam) e, nos séculos XVI e XVII, isso está relacionado,
principalmente, com o trabalho nas roças. A princípio, a relação de trabalho utilizada pelos
portugueses foi a do escambo com os indígenas, mas logo optaram por implantar a escravidão.
A escravidão no Brasil foi tão cruel e a quantidade de africanos que foram trazidos durante três
séculos foi tão grande que a imagem do trabalhador escravo em nosso país associou-se com a
cor de pele do africano. Um sintoma evidente do racismo que estava por trás da instituição da
escravidão em nosso país. A escravidão no Brasil foi cruel e desumana e suas consequências,
mesmo passados mais de 130 anos da abolição, ainda são perceptíveis. A pobreza, violência e
a discriminação que afetam os negros no Brasil são um reflexo direto de um país que
normalizou o preconceito contra esse grupo e o deixou à margem da sociedade.
Importante nos atentarmos que a escravidão também afetou milhões de indígenas e
disseminou preconceitos em nosso país contra esse grupo também. O reflexo direto disso,
além do próprio preconceito contra os indígenas, foi a redução populacional desses povos que
de milhões de habitantes, no século XVI, passaram para cerca de 800 mil, atualmente, segundo
o IBGE|1|.
Origem
A escravidão no Brasil foi implantada nas primeiras décadas da colonização e aconteceu na
década de 1530, quando os portugueses implantaram o sistema das capitanias hereditárias e
deram início ao processo de colonização da América Portuguesa. Até então, a relação de
trabalho utilizada pelos portugueses baseava-se no escambo com os indígenas na exploração
do pau-brasil.
A partir de 1534, os portugueses implantaram as capitanias hereditárias, com isso, passaram a
incentivar o cultivo de cana-de-açúcar e o desenvolvimento de engenhos para produzir açúcar.
Como essa era uma atividade complexa e que necessitava de mão de obra, os portugueses
encontraram na escravidão a saída para a falta de trabalhadores – já que eles próprios não
queriam realizar o trabalho pesado. Assim, o primeiro grupo a sofrer com a escravização foram
os indígenas.
Escravização dos indígenas
Os indígenas foram o primeiro grupo a ser escravizado no Brasil e em outras partes da
América. *
Os indígenas foram a principal mão de obra escrava dos portugueses até meados do século
XVII, quando,
então, começaram a ser superados em números pelos escravos africanos. Escravizar um
indígena, em comparação com um africano, era muito mais acessível para os colonos
portugueses, mas uma série de questões tornavam essa prática mais problemática.
Primeiro, havia a questão cultural, uma vez que os índios não estavam familiarizados com a
ideia de trabalho contínuo para produção de excedente, o que fazia parte da cultura europeia.
Além disso, os indígenas eram vistos pelos padres jesuítas como rebanho em potencial para
serem convertidos ao catolicismo. Isso criava um impasse muito grande, porque os colonos
queriam escravizar os indígenas irrestritamente, enquanto os jesuítas criavam barreiras para
isso.
Os conflitos entre colonos e jesuítas foram frequentes, e foi muito comum que bandeirantes
atacassem missões jesuíticas para sequestrar os índios instalados lá e revendê-los como
escravos. De toda forma, a pressão dos jesuítas contra a escravização dos indígenas poderia
gerar inúmeros problemas jurídicos para os colonos que não os escravizavam em caso de
“guerra justa”.
A pressão dos jesuítas sobre a Coroa para proibir a escravização dos indígenas resultou em
uma lei proibindo a escravização dos índios em 1570. Apesar da lei, os índios continuaram
sendo escravizados, sobretudo em locais que não tinham economia tão próspera, e que a
quantidade de africanos enviados era pequena.
Outro obstáculo para a escravização dos indígenas era a suscetividade deles para doenças,
como varíola, gripe, sarampo etc. A falta de defesa biológica foi algo marcante na história da
colonização da América.
Ao longo desse período, aconteceram inúmeras epidemias que mataram indígenas aos
milhares. A mortalidade dos indígenas também ocorria por meio da guerra e da própria
escravização.
Chamados de “negros da terra”, os indígenas eram até três vezes mais baratos que um escravo
africano.
O historiador Stuart Schwartz afirmou que, na década de 1570, um escravo indígena custava
cerca de 7
mil-réis, enquanto um escravo africano custava cerca de 20 mil-réis|2|. E, nessa época, era
necessário
que um escravo africano trabalhasse de 13 a 16 meses para que o seu senhor recuperasse o
valor
gasto|3|.
Como mencionamos, os indígenas foram a principal mão de obra escrava até meados do
século XVII e
existem inúmeros levantamentos que mostram que o número de escravos indígenas era
superior nos
engenhos instalados pelo país. Essa situação começou a se modificar aos poucos, e foi a
prosperidade da
economia açucareira que permitiu que locais, como Pernambuco e Bahia, recebessem tantos
africanos.
Acesse também: Conheça a trajetória de três grandes abolicionistas negros brasileiros
Escravização de africanos
O tráfico negreiro foi responsável pelo desembarque de quase cinco milhões de africanos no
Brasil
durante três séculos de existência.
Os primeiros africanos começaram a chegar no Brasil na década de 1550 e foram trazidos por
meio
do tráfico negreiro, negócio que fez fortunas ao longo de três séculos. Os portugueses tinham
feitorias
instaladas na costa africana, desde o século XV, e, desde então, mantinham relações
comerciais com
reinos africanos, dos quais incluía a compra de escravos.
À medida que a colonização do Brasil se desenvolveu, a necessidade por trabalhadores era tão
grande
que fez que esse comércio prosperasse em larga escala. O sucesso do tráfico negreiro está
relacionado,
dessa forma, com a necessidade da colônia por trabalhadores e esse negócio foi altamente
lucrativo para
os traficantes, assim como para a Coroa.
Ao longo dos 300 anos de existência do tráfico negreiro, cerca de 4,8 milhões de africanos|4|
foram
trazidos para o Brasil, o que significa que nosso país foi o que mais recebeu africanos para
serem
escravizados ao longo de três séculos em todo o continente americano.
O trabalho dos escravos africanos, a princípio, foi utilizado para atender as demandas da
produção de
açúcar nos engenhos. A vida de um escravo era dura e era marcada pela violência dos
senhores e das
autoridades coloniais. A jornada diária de trabalho poderia se estender por até 20 horas por
dia e o
trabalho no engenho era mais pesado e perigoso que trabalhar nas plantações.
Nas moendas – local onde a cana era moída para extrair o seu caldo – eram comuns acidentes
que faziam
com que escravos perdessem mãos ou braços. Nas fornalhas e caldeiras – local de cozimento
do caldo da
cana – as queimaduras eram o acidente mais comum que atingia os escravos. Essa etapa do
trabalho era
tão dura, que era reservada para os escravos mais rebeldes e fujões.
Engenhos grandes chegavam a possuir 100 escravos ou mais e, por isso, o senhor de escravos
nem sempre
tinha contato direto com todos os escravos. Os escravos dormiam no chão duro na senzala e lá
eram
monitorados para evitar que fugissem. A alimentação era pobre e insuficiente, e os escravos
precisavam
complementá-la com os alimentos obtidos de uma pequena lavoura que cultivavam aos
domingos.
Os escravos que trabalhavam na casa-grande, residência do senhor de escravos, eram mais
bem tratados,
mais bem alimentados e mais bem-vestidos em relação aos escravos que trabalhavam na
lavoura ou no
engenho. Existiam também escravos que trabalhavam nas cidades em ofícios dos mais
variados tipos.
Muitos dos escravos eram acorrentados para evitar que fugissem e outros utilizavam máscaras
de ferros,
como a máscara de flandres, utilizada para impedir os escravos de engolir diamantes (nas
regiões
mineradoras), ou para impedir que se embriagassem ou mesmo para impedir que cometessem
suicídio
por meio da ingestão de terra.
A violência praticada sistematicamente contra os escravos tinha o objetivo de incutir-lhes o
temor de seus
senhores e impedir que fugas e revoltas acontecessem. No caso das escravas, a violência
ganhava outra
dimensão, pois além de tudo que sofriam em relação ao trabalho, ainda eram vítimas de
estupros
frequentes praticados por seus senhores e feitores.
Os escravos rebeldes ou os que cometessem algum delito (por menor que fosse) poderiam
receber
punições pesadas. Entre as punições praticadas contra os escravos, podem ser destacados
os açoitamentos. Muitos dos escravos punidos com o açoite eram castigados com 300 ou mais
chibatadas
– O suficiente para levar um ser humano à morte.
O historiador Thomas Skidmore resgatou um relato que afirma que “por ofensas
insignificantes jogavam
seus escravos vivos na fornalha, ou os matavam de várias maneiras bárbaras e desumanas”
|5|. A forca e
o envenenamento também eram formas utilizadas para executar os escravos.
Os escravos africanos, porém, não aceitavam a escravização e a violência direcionadas a eles
de maneira
passiva. A história da escravização africana no Brasil é marcada pela resistência e luta dos
africanos que
fugiam, formavam quilombos, revoltavam-se, matavam seus feitores e senhores etc. Dois
grandes
episódios de resistência escrava foram a formação do Quilombo dos Palmares e a Revolta dos
Malês.
Acesse também: Conheça a história da revolução que aterrorizou senhores de escravos no
Brasil
Fim da escravidão
O Brasil foi o último país do continente americano a abolir o trabalho escravo e isso ocorreu
por meio
da Lei Áurea, aprovada pelo Senado e assinada pela princesa Isabel, em 13 de maio de 1888. O
fim da
escravidão no Brasil não foi por um ato de bondade da monarquia brasileira, mas foi uma
conquista
realizada por meio do engajamento popular e da resistência dos escravos.
O abolicionismo ganhou força em nosso país a partir da década de 1870, mas um ponto de
partida
importante a ser considerado foi a proibição do tráfico negreiro, que aconteceu por meio da
Lei Eusébio
de Queirós, em 1850. Com essa lei, cortava-se a fonte que renovava os números de escravos
no território
brasileiro.
A força do abolicionismo em nosso país apresentou-se de diversas maneiras. Associações
abolicionistas
surgiram aos montes no país, conferências abolicionistas foram organizadas, eventos públicos
realizados,
levantaram-se fundos para pagar a alforria de escravos, advogados passaram a atuar
efetivamente contra
senhores de escravos, jornalistas publicavam textos defendendo a abolição e populares
abrigavam
escravos fugidos em suas casas.
Os escravos também atuaram na desestabilização da escravidão e realizavam fugas em massa
ou fugas
individuais, formavam quilombos que se tornavam centros de resistência, organizavam
revoltas que
resultavam na morte de seus senhores etc. A década de 1880 registrou inúmeros casos de
revoltas e fugas
de escravos.
A pressão realizada pela população livre e pelos escravos era tamanha que o clima de
desordem no final
da década de 1880 era evidente: o Império não tinha mais o controle sobre a situação.
Pressionado, o
Império teve de agir, dessa forma, aprovou-se a Lei Áurea em 13 de maio de 1888.
A reação da população mediante a lei foi de festa, e as celebrações estenderam-se por dia. A
abolição,
porém, não foi acompanhada por medidas de suporte aos negros libertos, e eles continuaram
sendo
vítimas do preconceito, violência e sofreram com a falta de acesso ao estudo e às boas
oportunidades.
Atividade
1- Cite o nome das principais leis que aboliram a escravidão no Brasil. Explique cada uma
delas
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